quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ideias

"De onde vem as ideias, eu não sei. Quando vem uma ideia, confio na memória para me lembrar dela, o que raramente funciona. Pior é a sensação de que as melhores ideias são as que a gente esquece. Já tentei andar com um caderninho para anotar as ideias, ..." (Luis Fernando Veríssimo) 

E eu achei que era a única que padecia disso. Tentei andar com caderninho, não deu certo. Tenho ótimas ideias para escrever, mas elas parecem ótimas só na minha mente. Às vezes forço minha memória para escrever exatamente como pensei, para lembrar de como um texto genial surgiu do nada, não consigo... e quando consigo, ele nunca fica tão ótimo como parecia na minha cabeça... vai entender? Seria melhor se eu tivesse um aparelho que transcrevesse minha mente... ia facilitar minha vida, minha comunicação.




sábado, 20 de outubro de 2012

Pequeno

Quando eu penso em você um gosto de suco de maçã vem à boca, trazendo com ele o som da sua risada tosca e nasalada, aquela que você ri quando conta suas piadas sem graça. Então lembro do mal cheiro daquele Crocs horroroso que você tem e insiste em sair passeando pela cidade como se estivesse de mocassim. Me vem à memória o som do piano e você de olhos fechados tocando freneticamente perfeito apesar de possuir dedos pequenos. Ai bate a saudade de nossas conversas, aquelas que iam de um tópico idiota a um sério em questão de segundos. E então eu chorava, ou você chorava, ou os dois ao mesmo tempo, dependendo do teor da conversa. Você que tão novo possui uma alma velha. Agora te carrego no peito com um amor de mãe para um filho, um filho que adotei por livre e espontânea pressão, mas que permaneceu comigo por minha livre decisão. Sinto sua falta, só...


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

I'm back

 Carlos Bregantim Traduziu meu momento...


“Lembrando que, voltar não é uma derrota, alias, voltar é estratégico muitas vezes.

Sim, voltar pode ser aquela parada estratégica para rever planos, sonhos, valores, recursos, equipamentos, habilidades, competências e ajustes pra seguir na jornada da vida.

Sábios os que admitem que precisam voltar pra reiniciar.”

                                     

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Bocuda ou sincera?





 Eu sofro de sinceridade aguçada e transparência exacerbada. Percebi isso domingo passado enquanto conversava com um cara que minha mãe me apresentou no restaurante. Nem sei o nome dele, mas agora ele sabe um pouco da minha história. Na verdade eu apenas fui respondendo as perguntas que ele me fazia, mas para ele entender melhor tudo, resolvi ser sincera em alguns (todos) pontos. Daí cheguei em casa e me dei conta: Gente, me abri com um desconhecido! Rasguei minha vida pra um cara que nem lembro o nome! 
  Já tentei ser discreta, já tentei não me expor, tudo em vão... nasci bocuda. Bocuda não de falar da vida das pessoas, mas da minha própria vida, de não ter medo de mostrar quem sou, de não me preocupar em me mostrar. Isso é bom ou ruim? Até que ponto afeta na maneira como as pessoas me veem? 
  Tenho a impressão que a maioria das pessoas são comedidas em se mostrar, em revelar o que realmente pensam, o que realmente são, e quando encontram com bocudos como eu, não dão credibilidade. Bem, isso é o que eu acho e penso, pode ser que eu esteja enganada, mas é o clima que às vezes paira no ar.
  Outro dia resolvi ser sincera com alguém que achava que merecia e entenderia, alguém que eu considerava amigo, alguém com quem me importava. Lasquei-me! A pessoa em todo momento da conversa pareceu se importar, mas depois debochou publicamente da minha sinceridade. Mandei ele ir à merda. Que raiva me deu! Senti-me um lixo! Falei pra pessoa de coisas sinceras que se passavam comigo, da nossa relação.
 O problema está em mim ou no outro que não me entendeu? Ou entendeu, mas fez pouco caso? Não existe pior sentimento do que essa tal de indiferença.
  Sendo a sinceridade algo verdadeiro, sem disfarce, como pode coexistir com com a indiferença, condição de alguém que não responde aos sentimentos? É possível isso? É possível você ser verdadeiro e ser indiferente?
  Já tentei ser indiferente com algumas pessoas. Não deu. Tenho um coração mole que não consegue deixar de se importar. O tamanho da minha sinceridade é proporcional ao tamanho da importância. Quanto mais sincera eu sou num relacionamento, mais importante é aquela pessoa pra mim. Quanto mais transpareço ser o que sou, mais importância dou ao outro. 
  Pensando bem, acho que o lance todo não é se moldar ou comedir, mas saber com quem devo ser sincera ou saber dar importância a quem realmente mereça.
  Nasci assim e acho que vou morrer assim. Não vou conseguir me regular. Não vou conseguir ser indiferente. Se eu nasci bocuda... morrerei bocuda.