domingo, 9 de maio de 2021

O seu amor me faz vo[ar]...

 


Seu amor me faz voar...

Assim como a Borboleta, que vem de “Belbellita”, termo originado na palavra “belo”, existe forma melhor de relacionar esse ser com a maternidade?

Para se tornar borboleta todo um processo de transformação, metamorfose, mudança ocorre... uma pequena lagarta, torna-se uma bela borboleta. Na maternidade, começa como um sonho, um desejo e como em um casulo, fica embrulhado no coração.

O coração, ah o coração! Órgão vital da maternidade! Muitos acreditam que seja o útero, mas o que seria dela sem o coração?

Quantas por aí podem gerar, mas não possuem sentimento o bastante para amar? Quantas não podem gerar, mas transbordam de amor o coração? Não geram no útero, mas geram no coração e tudo o que parte dele é cheio de significado e importância.

Como em um casulo a gestação é feito de espera, o tempo certo de existir. Seja planejada ou inesperada, ocorre quando tem que acontecer. Mas cada etapa é importante para o crescimento daquele pequeno ser que está surgindo, tornando-se real.

Cresce, sofre transformações como o processo que a borboleta passa, se desenvolve, provoca sensações e emoções indescritíveis. Quantas vezes não observamos por aí as mãos que acariciam e embalam a barriga que desponta, ou observamos a espera e os planos feitos para se ter o pequeno ser em seus braços. O desejo do encontro, um futuro sendo construído.

Borboletas representam alegria, sentimento importante na maternidade. Aquece o coração com cada conquista, cada descoberta, cada ato de amor. Claro que nem tudo sempre gira em torno dela, há anseios, dúvidas, preocupações, afinal envolve muita responsabilidade no processo de criar.

Cuidar de outro ser demanda tempo e disposição, não deve ser enxergado como fardo, mas como uma forma de legado, vindo do coração, pois há entrega, doação em favor do outro. Há maior prova de amor? A maternidade coloca o outro em evidência, luta pelo que acha que é certo e bom.

O cuidado e carinho estão em gestos, sejam pequenos ou grandes, demonstrados ao longo da vida, e engana-se quem pensa que se limita à fase infantil. Os gestos de amor e carinho são levados à fase adulta, quando finalmente o pequeno ser torna-se assim como sua mãe, uma borboleta, pronta para voar.

E quando a maternidade é interrompida pelas circunstâncias da vida de forma inesperada? A tristeza e o sentimento de perda inundem o ser que ficou aparentemente desamparado. Mas a vida dá uma reviravolta e coloca pessoas no caminho que assumem esse papel tão importante de amar e cuidar. Não substitui a pessoa que partiu, que mora no coração de quem ficou, mas a lembrança está ali guardada e viva na memória.

Todo o processo desde da gravidez à vida adulta do filho, aquele cuidado e amor são fortes e existentes. Há quem ache que borboletas são seres frágeis, mas enganam-se, pois se esquecem que precisam de muita força para se submeter à metamorfose e aprender a voar.

E assim como a borboleta voa, a maternidade espera e deseja que o ser gerado e amado, criado e cuidado, possa enfim voar, impulsionado por essa força e onda de amor e o leve a lugares altos.

Por isso digo e afirmo... o seu amor faz voar...


Te amo minha mainha! 

Para Denise Santos