sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alforriada



 "Sempre se prometeu não mais chorar, não mais sofrer, não mais prender-se a sonhos coloridos e castelos de cartas - solúveis, sem raízes. Entretanto, ao deixar o coração assim, tão aberto, tão livre, não se deu conta do que viria a seguir: uma espécie de vício, um apego, uma prisão, uma paixão, quem sabe um amor.
  E agora que ela finalmente é livre novamente, que pagou sua pena, que ganhou a sua sonhada alforria, ela se pega a olhar pra trás e perguntar por quê se deixou levar por olhos e palavras doces. Ela não sabe a resposta. Sabe apenas que esse coração amargurou a perda do 'se': se fosse assim, se fosse deste jeito, se tivessem se amado, se fosse o tempo certo...
  Só resta a ela catar os pedaços dela mesma que restaram dessa... relação sem nome, transformá-la na mais bonita das amizades e deixar que o tempo - Um dos deuses mais lindos, como diria Caetano - a cure, quem sabe, desse vício, dessa necessidade que ela tem, e apague a lembrança dos sentidos: tato, visão, audição e principalmente, olfato e paladar. 
   Ele já fez parte do serviço. Já à libertou. O que resta para ela agora é não sentir saudade do cativeiro e acreditar no melhor que ainda virá."

   Maria Clara deu-me esse texto de presente, sem saber de nada apenas escreveu meu momento, portanto concluo que ela é um tanto advinha... 
   (blog da Mary http://aminhapessoa.wordpress.com/





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Socializar




E só quem tem papel social
É mesmo a sociologia?
Você desempenha um pouco de cada coisa
Cada coisa que nem imagina

Você pode ser pai, mãe, tio e tia
Madrinha, agregado, sobrinho e prima
E sempre cabe mais um
Quando o negócio é da família

Estudante, vendedor, nordestino e eleitor
Amigo, cidadão, empresário e sacristão
São tantos os papéis
Cada um com sua função

Você pode estar distante
E ao mesmo tempo perto
Você pode estar perto
E ao mesmo tempo distante
Tudo vai depender
Dessa antítese constante

Papeis que nos unem e nos separam
Papeis que nos completam e nos afastam
Papeis que desempenhamos e não damos conta
Papeis que são bonzinhos
Papeis que são do contra

Biótipos e estereótipos
Tolerância e respeito
Tudo se encaixa nos papeis
Sempre há um jeito

E pra finalizar essa história comprida
E um tanto importante
Eu só queria lhe dizer
Que quanto mais você foge de um papel
Ele corre para você


A professora de Sociologia pediu-nos para criarmos algo 'cultural' usando o tema que mais nos chamou a atenção na matéria. Escrevi então esse texto com os papeis sociais, pois foi um tema que gostei muito de ter estudado. Enjoy... =)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

[Des]cobrir




Mascare
Disfarce
E finge
Que nada te atinge 

Foge
Engole
Dissolve
Essa hipocrisia que te envolve

Chore
Clame
Sufoque
Aquilo que te esgote


Pergunte
Implore
Ore
Buscando dias melhores