sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alforriada



 "Sempre se prometeu não mais chorar, não mais sofrer, não mais prender-se a sonhos coloridos e castelos de cartas - solúveis, sem raízes. Entretanto, ao deixar o coração assim, tão aberto, tão livre, não se deu conta do que viria a seguir: uma espécie de vício, um apego, uma prisão, uma paixão, quem sabe um amor.
  E agora que ela finalmente é livre novamente, que pagou sua pena, que ganhou a sua sonhada alforria, ela se pega a olhar pra trás e perguntar por quê se deixou levar por olhos e palavras doces. Ela não sabe a resposta. Sabe apenas que esse coração amargurou a perda do 'se': se fosse assim, se fosse deste jeito, se tivessem se amado, se fosse o tempo certo...
  Só resta a ela catar os pedaços dela mesma que restaram dessa... relação sem nome, transformá-la na mais bonita das amizades e deixar que o tempo - Um dos deuses mais lindos, como diria Caetano - a cure, quem sabe, desse vício, dessa necessidade que ela tem, e apague a lembrança dos sentidos: tato, visão, audição e principalmente, olfato e paladar. 
   Ele já fez parte do serviço. Já à libertou. O que resta para ela agora é não sentir saudade do cativeiro e acreditar no melhor que ainda virá."

   Maria Clara deu-me esse texto de presente, sem saber de nada apenas escreveu meu momento, portanto concluo que ela é um tanto advinha... 
   (blog da Mary http://aminhapessoa.wordpress.com/





2 comentários:

  1. Que lindo ter gente amiga "advinha"! Beijo flor, tenha um abençoado final de semana...e desculpa o sumiço...

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  2. muito bom mesmo Carlinha... rsrsrs... sumiço desculpado... boa semana! =*

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