quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Reticências

'Falhei', pensou ela deitada no escuro do quarto enquanto relembrava conversas e acontecimentos. Sozinha com seus pensamentos tentava ensaiar a conversa que ansiava ter. Pensou como inutilmente tentou proteger seus sentimentos e de como se esforçou para não se entregar à emoção. Tinha prometido a si mesma que não se deixaria levar, que estaria com os pés no chão... Ah, mas ela tinha esquecido que o coração às vezes tem vontade própria e que por mais que a razão grite, ele não a escuta. 
'E agora? O que fazer?', continuava acordada embora já fossem 02:30h da manhã e o sono não aparecia, e os pensamentos não deixavam espaço para o descanso chegar. Das duas uma, ou se entregaria ou ia embora e estava consciente das consequências que cada escolha traria.  
Ai começou a agonia, aquele agonia boa e ruim. Percebeu que já se importava demais com as palavras que ele dizia, que sentia sua falta e que pensava constantemente nele. Percebeu que se importava demais com a vida dele para deixá-lo ir e se deu conta de que não queria abrir mão dele. Por fim, depois de tanto meditar, escolheu que se entregaria, estava cansada de dar ouvidos à vozes alheias, estava cansada de não poder viver intensamente sua própria vida. Tinha certeza que não seria fácil, mas ela sempre foi aquele tipo de gente que não gosta de seguir regras, que gosta de desafios. 
Agora está à espera, pronta pra enfrentar a guerra, caso ele escolha caminhar ao seu lado.


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